Friday, January 19, 2007

A ambiguidade da fotografia

Mesmo a imagem mais mimética, caso da fotografia, tem a sua dimensão de construção do representado. Só por si o recorte temporal e espacial determina o que é representado. Neste caso ainda temos mais, devido ao uso que foi feito da imagem. A fotografia representa a realidade ou a construção (do espectador ou do jornalista)?

Wednesday, January 17, 2007

Aplicação 2


E aqui? A legenda é suficente para eliminar a ambiguidade?



Tuesday, January 16, 2007

Comentário livre e aplicação

Comecemos com o mapa do texto
1- Introdução sobre a importância para a humanidade do processo de simbolização, em que se inserem os símbolos gráficos visuais.
2- “Imagem”: polissemia do termo e apresentação de algumas definições. Alerta para que esta circunstância obriga qualquer autor a ter um cuidado especial na sua definição/limitação de significado
3- Estatuto da imagem: cópia ou construção do objecto representado. Análise de 2 posições correspondentes: Mimetismo (apresentação de alguns pontos fracos) e Construtivismo.
4-Análise da função da imagem na actividade científica: de mera expressão do saber a instrumentos com poder heurístico (até tenho medo de usar a palavra…), construtores de saber. Casos da história da ciência: a) a representação pictórica de novos seres com os Descobrimentos, b) a representação esquemática da evolução (Darwin e Gould), c) a reconstrução imagética da temporalidade, d) a determinação teórico-cultural da observação (Galileu e Hariot).

A propósito de 2

Não é possível definição a não ser num quadro teórico definido. Há um texto muito bom de Eduardo Prado Coelho (Os Universos da Crítica) sobre a dificuldade de definir “paradigma”. Trabalhamos continuamente entre os dois limites da língua natural e de uma axiomática. É um problema para qualquer termo. Mas talvez se verifique mais nuns do que noutros. E no caso de do "paradigma" a sua dificuldade de ser definido é também a sua força.

Dos 3 contextos significativos em que é utilizado o termo que refere Wunenburger (não consta no artigo a ref a qual o original), aquele em que me reconheço mais é o terceiro. A imagem tem necessariamente materiais perceptivos (não se pode identificar com os conceitos) mas é mais do que uma percepção. Haveria que distinguir a imagem mental da imagem material ou digital (desenho, pintura, fotografia, cinema, vídeo), o seu formato. E, na tipologia kantiana, diferenciá-la de “esquema”.

A propósito de 3

Referenciais: A relação da imagem com o objecto, a relação da imagem com o sujeito (produtor ou espectador), a relação entre os sujeitos através da imagem (Expressão, Comunicação). Estamos a navegar entre a epistemologia e a estética (imagem é uma representação cognitiva ou estética).
O primeiro sentido, o mais “natural”, de imagem é o de uma cópia/reprodução da realidade. Nesse sentido produzir imagens é imitar/mimar, procurar reproduzir fielmente o objecto, ser o mais semelhante a ele que é possível dados os seus constrangimentos de partida. Esta posição está próxima do realismo. O modelo imitado pré-existe e a adequação julga-se a partir dele. Se a cópia varia (historicamente) tal deve-se a insuficiências do sujeito produtor. Uma nota: a edição da Seuil da "Poética" de Aristóteles traduz mimesis por representação, em vez de imitação, para não decidir por esta dimensão.

Pontos problemáticos: como se explica a variação (sincrónica e diacrónica) dos critérios de fidelidade da imagem? Contra o realismo, qualquer imagem (re)produzida é sempre interpretação do objecto. O que obriga a inscrever qualquer imagem nos códigos de uma cultura e, portanto, a relativizar o seu significado.

A aplicação do modelo falsificacionista da investigação científica a (re)produção de imagens ao longo da história não deixa de se manter na perspectiva realista.

A outra perspectiva da relação da imagem com o objecto é a de que é uma construção ou criação do objecto. Esta perspectiva construtivista define o processo de representação como criador (ordenação, classificação, categrização, etc) do objecto através dos códigos de leitura que medeiam o seu acesso.
No caso de Goodman, a tese é mais geral, mas também se aplica às representações pictóricas, ie, às imagens. Argumentos: a imagem pode representar sem ser por semelhança, a representação é sempre parcial dadas as várias facetas dos objectos, a representação não é passiva, nomeadamente pela sua função de selecção, a imagem é convencional, logo a representação fiel é um conceito relativo.

A propósito de 4
Estes exemplos podem ser lidos tentando aplicar as perspectivas realista ou construtivista.

a)A representação pictórica dos animais nunca vistos é expressão dos referenciais (imagéticos e imaginários) da época (representar tendencialmente dragões ao desenhar lagartos gigantes, por exemplo), mas as imagens também vieram pôr em causa ideias anteriores

b)Aqui ao tratar da função da imagem na construção do conhecimento, e indirectamente, do real, não me parece que sejam as imagens o mais importante. As imagens são representação de esquemas da evolução, que lhes são anteriores.

d) A teoria e a cultura permeiam a observação. Não há imagens neutras. Mas também há algo que de novo nelas que permite que a razão não esteja a falar sozinha. É o exemplo clássico de Galileu que vê, com os novos olhos, as imperfeições de um corpo celeste que a teoria aristotélica obrigava a ser perfeito

Um exemplo, já clássico, da Comunicação Social para a relação entre a imagem e o que representa, o seu significado ou mensagem. Diz-se que uma imagem vale mil palavras. O problema é saber quais.
O que vemos na fotografia seguinte?

Monday, January 15, 2007

Instruções

Tendo isto em conta, e após leitura do contrato de aprendizagem, idealmente deveria organizar as reflexões da seguinte maneira:
1 – Apresentar a estrutura do texto, as suas linhas gerais e pontos de fuga problemáticos
2 – Comparação com ponto de vista pessoal anterior. Confirmação/reforço ou questionamento dessa posição pessoal.
3 – Argumentação e renovação (ou não) das posições anteriores
4 – Novas questões.
5 – Aplicações do que aprendeu para a prática profissional
Provavelmente estou a escrever o que não farei…. . Já sei que não vou resistir a derivar para o que me interessa…

Reflexão geral

Na disciplina de EAT começámos o percurso com uma discussão sobre as metáforas (definidoras) de aprendizagem que guiam, ou devem guiar, a nossa prática. I.e., as metáforas como esquemas que regem o nosso modo de agir. No caso da reflexão, ou do pensamento, na minha prática tem estado a metáfora de que pensar é cartografar, que a tarefa inicial de qualquer reflexão deve ser o desenhar o mapa do território (nota, embora use os mesmos termos, nada tem a ver com Bateson). E depois (ou simultaneamente), percorrer (ou criar) alguns dos caminhos. A metáfora parece implicar uma perspectiva realista, mas não necessariamente. Neste caso, a tarefa seria desenhar o mapa (dos problemas, dos referenciais) da “semiótica da representação visual”. Estranhamente, não há imagem que possa ilustrar este processo.

Reflexões iniciais

Este blog tem a função de ser espaço para reflexões no âmbito da disciplina de SRV. Não tendo muita experiência do que caracteriza um blog corro o risco não o fazer bem. O que vou então fazer neste espaço? Em resposta às solicitações vou passar a escrito (o que na verdade tem a sua dimensão produtora, e não meramente reprodutora, de pensamento) as reflexões, documentar o meu percurso na disciplina.

Wednesday, January 10, 2007

Ships ahoy

Aqui vai o 1º post do meu primeiro Blog. Ao serviço da SRV.